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[DIARY] ANOTHER PRINCE CHARMING STORY

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Mensagem por Sören Domachesky Seg Out 12, 2015 11:41 am







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Em tempos remotos anciões prediziam que pessoas amarguradas não mais eram afetadas por represálias do destino. Esquecidas pelos deuses, tal crueldade qual essas figuras eram capazes de compactuar iria contra quaisquer regras impostas pela natureza; o sistema de equilíbrio entre vida e morte era burlado, primordial para seu surgimento. Personificação da desgraça, eu sou um destes - talhado pela violência bruta, carisma dissimulado e as delícias do álcool.

— Dear Diary.
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Mensagem por Sören Domachesky Seg Out 12, 2015 1:33 pm






PADANG. INDONÉSIA. 03.05.482.


A multidão deslocava-se frente à catedral como uma névoa pestilenta, obstinada a deleitar mais um massacre daqueles que julgavam ser devotos do próprio diabo. Meus punhos sangravam da força demasiada do nó que me atava à pira; inexpressivo, subtraia todas as minhas forças com a finalidade de não derramar sequer uma lágrima. O ódio que irradiava da pequena massa de puritanos era tão tangível quanto as gotículas carmesim que escorriam por entre meus dedos, pintando o solo arenoso de vermelho. Estremecendo, ouvia o pulso bater alto em meus ouvidos, cada vez mais solutos.

O carrasco posicionou-se frente a estaca - em uma das mãos, uma gloriosa tocha incandescente reluzia, poderosa e perigosa, na mesma intensidade. Alavancou o braço, ameaçando chamuscar meu rosto. Com o ato imprudente, assustei-me, retraindo-me o máximo que me era permitido, entretanto, as amarras me imobilizavam por completo. A multidão riu, praguejando e ditando palavras inteligíveis. Não procurei distinguir os sons fúnebres, visto que em mente, apenas um intento me interessava; ficar longe das chamas.

Naquele tempo, havia sido flagrado nos confins da floresta que circundava o pavimento do castelo real. O próprio príncipe da nação acometendo um ato de heresia. Apesar de leigos da identidade do demônio, misticismo não mais era um assunto pertinente nos dias atuais e tal como, minha curiosidade levou-me à perdição. O famoso presságio: "a curiosidade matou o gato", tornou-se incógnito. Agora ali estava eu, acusado de praticar bruxaria - o que não era menos verdade. A marca da lua cheia eclipsava meu ombro, legitimando minha ascendência mágica. E teria de pagar por tal.

Com um urro provindo do carrasco, a tocha decaiu no gramado seco iniciando a combustão que surrupiaria a minha vida. Não houve flashbacks, nem uma reprise dos melhores ou piores momentos de minha existência mundana. Apenas o medo; o medo de ter perdido os meus sonhos, desejos, amores, e todas as outras superficialidades que me coligavam ao mundo terreno. Assim que o fogaréu elevou-se, provocando queimaduras de quarta escala em minha pele, não tardou para que minhas forças esvaíssem. Deixei que meus pulmões abnegassem todo o ar permitido, como os gritos de dor e pânico que escapuliam de meus lábios.

Em meu íntimo, ansiava apenas que todo aquele tormento chegasse ao fim.


PADANG. INDONÉSIA. 04.05.482.


Inexplicavelmente, despertei em minha cama de vime, localizada no palacete real. Embora não mais sentisse dor, o realce era súbito de tamanhas emoções que invadiam meu âmago - uma enxurrada potente de sensações e padrões detectados por meus sentidos que aparentavam uma funcionalidade duplicada. A garganta queimava de sede, insuportável.

Ao meu lado, atirado ao colchão, jazia o corpo de uma desconhecida. O pescoço ferido da jovem vertia sangue, o qual antes me enojava, agora me atraia de uma maneira absoluta; o que estaria acontecendo? Sem titubear, afundei o rosto na curvatura do ombro, deliciando-me com a vitalidade da moçoila. Completada a transição, encarei o reflexo atroz que me observava no espelho; trocista, a imagem não mais me pertencia. Mostro, era no que eu havia me transformado.

Movido a um desejo mútuo de vingança, procurei transitar lesões em todos aqueles que haviam me sentenciado ao esquecimento eterno. Embora me fosse privado de praticá-lo à luz solar, semanalmente, corpos empilhavam as estradas da cidade. Padang passou de ponto paradisíaco à terra inóspita, onde viajante algum atrevia-se a adentrar. Meus congêneres? Todos trucidados, vítimas de meu tormento. Custasse todas as vidas dos aldeões, minha fome jamais transparecia ser saciada.

Tardou a controlar meus instintos, ou até mesmo organizar informações sobre no que havia me tornado. Embora agora eu não seja mais versado em magia, minha nova fisionomia me permite uma gama de possibilidades sobrenaturais. A chacina de Padang, como é nomenclaturado em livros - por outro lado desconheçam plenamente o autor da ocorrência, ou seja, eu - tornou-se algo insignificante mediante aos meus planos atuais - erradicar todos aqueles que venham a ameaçar meu clã, ou qualquer um que considere a escuridão uma abominação.

E esse vampiro aqui não está para brincadeiras.


― ask yourself;
control is power?
Sören Domachesky
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